BRINCADEIRA DE CRIANÇAS

Gersion de Castra

Crianças que jogam bola.
Que brincam de pique-pega,
Que brincam de esconde-esconde,
Que brincam de salve-latinha,
Que brincam de “queimada’’,
Que brincam de chicotinho-queimou,
Que brincam de casinha,
Que brincam de faz de conta,
Que brincam de fazer nada,
Que jogam “peladas”,
Em ruas esburacadas,
Ás vezes enlameadas,
Soltando pipa,
Ou mesmo “ratinhas”,
Correndo pra lá e pra cá,
Que brincam de amarelinha,
Crianças que brincam de roda,
Nos dias ensolarados,
Nas noites estreladas, enluaradas,
Atirei o pau-no-gato,
De pique bandeira,
Garrafão, salve-cadeia,
Brincam de “búlica”,
Bolinha de gude,
Bate, “infica”, paredão,
Que brincam com carinhos velhos,
Carrinho de mão,velocípede, rolimã...
Carrinho de madeira, de lata,de improvisação...
Que criam os mais diversos
Meios de brincar.
Que pulam dos barrocos dizendo ser o
Homem-Bionico, Super-Homem,
Mulher-Maravilha, Ultra-Man...
Que empurram carros d’água,
Carregam lata d’água nos ombros,
Na cabeça, de qualquer forma,
Que sobem e descem ladeiras um copo d’água,
Água para beber para banhar ...
Crianças, sempre crianças,
Que inventam mil brincadeiras,
Que moram na favela.

Brasília

“ Brasília é construída na linha do horizonte. Brasília é artificial.
Tão artificial como devia ter sido o mundo quando foi criado. Quando o mundo foi criado,foi preciso criar um homem especialmente para aquele mundo. Nós todos deformados pela adaptação à liberdade de Deus. Não sabemos como seriamos se tivéssemos sido criado em primeiro lugar e depois o mundo deformado às nossas necessidades. Brasília ainda não tem o homem de Brasília. Se eu dissesse que Brasília é bonita veriam imediatamente que gostei da cidade. Mas se digo que Brasília é a imagem de minha insônia vêem nisso uma acusação. Mas a minha insônia não é bonita nem feia, minha insônia sou eu, é vivida , é o meu espanto. É o ponto e vírgula. Os dois arquitetos não pensaram em construir beleza , seria fácil: eles ergueram o espanto inexplicado. A criação não é uma compreensão, é um novo mistério.’’

Clarice Lispector

A VIDA COMO ELA É...

COISA BOA DE SE FAZER AOS SÁBADOS

-Dormir até acordar
-Tomar aquele café forte pra espantar a ressaca
-Esperar a feijoada num bar
-Fazer uma fé na Megasena acumulada
-Jogar uma sinuquinha com os amigos


COISA RUIM DE FAZER AOS SÁBADOS

-Ir com a mulher ao supermercado lotado e ficar uma hora na fila
-Ajudar o cunhado a encher a laje do barraco
-Enfrentar engarrafamento para visitar a sogra
-Ser obrigado a ir em aniversário de sobrinho
-Esperar no carro fervendo a mulher fazer escova no salão





UM ABRAÇÃO!!!!!